quarta-feira, 18 de julho de 2012

FIG/ Cultura de raiz encantou público na Guadalajara




Uma soma especial de referências à cultura popular brasileira. Esta foi a característica que uniu as cinco apresentações de ontem (terça-feira, 17) no 22° Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), realizado pelo Governo de Pernambuco, através da Secult/Fundarpe. A festa na Guadalajara emocionou o público, que se fez presente, mesmo com a garoa fina que tomou a cidade durante todo o dia.

Parecia que o friozinho não intimidava nenhum dos que ali vieram para cantar e dançar as diferentes tradições musicais tocadas. Quando Rogério e os Cabra começaram a se apresentar, as pessoas ainda chegavam à praça. Foi só começar o som forte da percussão e a voz marcada do cantor que as pessoas, antes tímidas, já se animaram a dançar o coco e outros ritmos tradicionais da cultura nordestina.



O coco, na verdade, deu o tom da festa em muitas das apresentações. Lula Queiroga, uma das atrações da noite, fez questão de ressaltar a presença do ritmo como principal referência de shows como o de Maciel Salu e Hebert Lucena. Para Lula, “reafirmar a raiz do coco presente na música de Salu e o coco de raiz, da música de Lucena, é importante porque na música pernambucana, todo mundo influencia todo mundo e o coco é um ritmo constante nessa mistura”.

O show de Lula, no entanto, foi o que mais se distanciou dessa regionalidade, alternando músicas com referência mais direta à cultura popular, como “Ah se eu vou”, com outras mais roqueiras, do seu mais recente disco “Todo dia é o fim do mundo”, além de algumas músicas dos seus outros quatro CDs.


Antes dele, Maciel Salu e Hebert Lucena fizeram shows que contagiaram o público. O percussionista Gilsinho, da Orquestra Contemporânea de Olinda, tocou no Palco Pop com o músico Caçapa, mas fez questão de passar na Guadalajara para conferir os shows dos dois músicos permambucanos. “Acho que é fundamental ter artistas pernambucanos no FIG. O festival vem agregando, a cada ano, mais artistas da nossa terra e tem se tornado um espaço muito importante para mostrar o que se produz no Estado”, afirmou.


Apesar de carregar no sangue e no nome, muito da tradição da rabeca que orienta a família do Mestre Salustiano, o filho Maciel trilha o seu próprio caminho e misturou cumbia, samba e afrobeat num show que colocou muita gente para dançar. “Para mim, é importante agradecer por essa oportunidade de mostrar para o público músicas como essas, que não tocam na rádio. A música quebra preconceitos. Esse é um festival democrático”. Durante o show, ele fez questão de defender a valorização e o respeito à diversidade cultural e foi bem aplaudido pelo público.


O cantor recifense Hebert Lucena cantou músicas do seu novo disco “Não me peçam jamais que eu dê de graça tudo aquilo que eu tenho para vender”, que trata com bom-humor as dificuldades financeiras que muitos artistas enfrentam por conta da informalidade e falta de reconhecimento em torno do seu trabalho.





Para completar a noite, Renato Teixeira, Xangai e Maciel Melo, gênios da música brasileira, como bem apontou Lula Queiroga, trouxeram sua moda de viola e a tradição caipira para Garanhuns. No show que apresentaram, diferentes regiões se tocavam com o encontro dos três, um do sertão pernambucano, outro do sul da Bahia e um caipira nascido em Santos. É como eles mesmo dizem, um encontro de sotaques unido pelo amor à viola. Foram muito bem recebidos e devidamente acompanhados pelo público em cada canção. “Amanheceu, peguei a viola” e “Tocando em frente” fizeram as pessoas na praça vibrar. Parece que o frio só fez o público se aproximar ainda mais da cantoria.

Conectado Pernambuco, a sua festa começa aqui!
www.conectadope.blogspot.com
@ConectadoPE

Nenhum comentário:

Postar um comentário